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As birras da mãe

Venturas e desventuras de uma tripeira que rumou a sul. As histórias da filha, da mulher e da mãe.

Hora de ponta

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Como sabem (ou devem ter reparado pela falta de atividade aqui na página) na passada segunda feira regressei ao trabalho depois do nascimento do Mateus. 

Oportunamente (leia-se quando tiver tempo para me coçar) farei uma publicação toda catita (ou não, dependendo do espirito) sobre como nos temos organizado cá em casa com a revolução provocada pelo regresso da mãe ao trabalho depois de largos meses em casa e toda a ginástica necessária para manter os pratos todos a girar (imaginando que cada tarefa e cada rotina é um daqueles pratos que os malabaristas giram na ponta de um pau - sorry mas não sei o nome técnico da coisa) e como me tenho sentido com isto tudo mas a publicação de hoje, apesar de estar relacionada com a minha volta ao ativo (como se estivesse estado este tempo todo de perna traçada...), é mais um desabafo que outra coisa.

Hoje venho desatinar com o trânsito da hora de ponta e com o ajuntamento de anormalóides por metro quadrado que isso implica. Para vos ajudar a visualizar a tipologia dos indivíduos de que falo vou agrupando por categorias para facilitar a cena, vamos a isto?

  • os atadinhos - também conhecidos como  domingueiros , são aqueles que parece que não saem à rua desde o tempo dos Afonsinos e que resolveram vir descobrir o caminho terrestre para a Merdaleja bem na hora de maior tráfego e, para azar, na nossa frente. Vão avançando o mais devagar que a inércia automóvel lhes permite e por norma temos muita dificuldade em conseguir livrarmo-nos deles. Apenas arrancam quando a fila já avançou uns 300 metros e já se puseram uns 500 carros à frente. Uma praga que nos bons velhos tempos apenas dava o ar de sua graça no dia santo mas que agora se acha no direito de vir espalhar o terror passivo-agressivo a quem tem horário a cumprir. Um hórrrrrror;
  • os desenrascadinhos das dúzias - aqueles que gostam de ir saltintando de fila em fila consoante o andamento da coisa e que ficam nervosinhos sempre que "apostam no cavalo errado". Vão andando em ziguezague, perfazendo o dobro dos Kms que os demais mortais sem, com isso ,conseguir avançar mais rápido. São também o terror dos motociclistas e parecem desconhecer a existência de uma grande inovação automóvel - o pisca;
  • os ejaculadores precoces (desculpem mas não há outra forma de definir o grupo a seguir) - são aqueles que arrancam a fundo numa rotunda, cruzamento ou semáforo como se estivessem a fugir de um tsunami para se porem à frente dos outros mas, assim que o conseguem, vão-se "abaixo das canetas (daí a denominação) e passam a circular abaixo de zero Kms / hora... Nunca sei se hei-de rogar-lhes pragas ou ter pena pela rapidez com que perdem a forcinha :P;
  • os chico espertos - aqueles que acham que foram dotados de mais um neurónio que todos os outros à face da terra e que habitualmente vão na faixa de rodagem que anda mais até uns cms antes de mudarem abruptamente de direcção (sem recurso a pisca - também devem desconhecê-lo) e de se colocarem à má fila à nossa frente, depois de termos estado longos minutos em pára-arranca nessa faixa, obrigando-nos a travar a fundo para não lhes batermos... A estes tenho um prazer quase que mórbido em os "apertar" e ver o seu ar de superioridade esvair-se do rosto à medida que percebem que a faixa e zebra vão acabar e ou pedem com jeitinho ou vão ter de ir dar uma volta ao bilhar grande. AHAHAHAH! (topem a minha veia psicopata a vir ao de cima);
  • os mal-agradecidos - aqueles a quem facilitamos a vida e por quem atrasamos a marcha ou até paramos para deixar entrar na nossa frente mas, porque devem achar que todos lhes devem e ninguém lhes paga e que não fizemos mais que a nossa obrigação, além de não nos agradecerem nem se dignam a olhar na nossa direcção. Uns fofis! Normalmente fico a remoer-lhes no espírito com esperança que lhes nasça um furúnculo daqueles bem gordos no terceiro olho ou qualquer coisa do género, if you know what i mean (aqui é a minha veia macumbeira a falar mais alto);
  • os criançolas - são aqueles que fazem merda e não limpam. Todas as pessoas fazem asneiras na estrada (quem nunca?) ou porque não sabem ou porque não viram, mas a forma como lidam com isso faz toda a diferença. Há que assumir e ser humilde para saber reconhecer a borrada e pedir desculpa. Estes indivíduos têm a idade mental da minha filha mais velha, fazem a asneira e além de não pedirem desculpa, quando são chamados à atenção ainda fazem birra. Um mimo! Para birras já me chegam as lá de casa, "senhor que não viu que tinha um stop e além de não pedir desculpa ainda se põe a refilar e a fazer gestos rocambolescos";
  • os rotundas por fora - como o próprio nome indica, independentemente da direcção que querem tomar, fazem toda a rotunda por fora sem pisca (mais uns que não sabem o que é) porque têm medo de não conseguir sair a tempo, dificultando a entrada dos restantes automobilistas - são os empatafo#%& do asfalto (também não sei dizer isto de outra forma, perdoem o meu berço nortenho).

Bem acho que me fico por aqui, pois estão aqui os meus ódios de estimação dos ases dos volante mas poderia ficar aqui muito mais tempo a enumerar mais sub-tipos desta espécie de gente com falta de jeito ou sem civismo que se tem vindo a multiplicar exponencialmente ao longo dos tempos e que vem dificultar mais ainda a convivência na hora de ponta. Vou deixar os motards, os ciclistas, os condutores de veículos pesados e os taxistas para outra encarnação, porque já destilei veneno que chegue para esta e porque isso daria um testamento ainda mais longo que o Novo :P

E amanhã já é segunda... Quem, como eu, está mortinho por enfrentar o trânsito cheio de gente com o humor avinagrado de início de mais uma semana de labuta?

 

 

 

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