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As birras da mãe

Venturas e desventuras de uma tripeira que rumou a sul. As histórias da filha, da mulher e da mãe.

A descoberta do século!

 

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É nos dias mais tristes que precisamos que nos façam rir ou, pelo menos, sorrir. E porque temos de voltar a dar aqui a esta chafarica a ligeireza e parvoíce que ela merece, lembrei-me de um episódio de assistolia (paragem) cerebral que ainda hoje, mesmo depois de tanto tempo, me faz rir até me doerem os abdominais e os maxilares. Apesar de ter a certeza que me vou arrepender muuuuito de partilhar este dark secret convosco e for the record negarei tudo em minha defesa, aqui vai:

Quando tive o meu primeiro cão ainda não havia a preocupação de apanhar os cocós. Vá podem-me crucificar já mas lembrem-se que ainda estávamos no outro milénio e nessa altura, desde que a mina fosse largada num jardim pouco frequentado, ninguém se ralava com o assunto. Por isso, quando no espaço de 6 meses me vi a braços com 2 cães para passear, pensei que teria de haver uma solução mais digna de uma lady para apanhar as bombas que iam largando pelo caminho, que isto é tudo muito lindo mas a filha da minha mãe não gostava (nem gosta) de andar de cú para o ar a apanhar a merda porcaria dos outros :P. Vocês não estão a perceber, passear dois cães faz com que se façam mais agachamentos do que numa aula de bumbum brasil - andas 3 passos olhócagalhãofresquinho, mais 2 passos olhócagalhotodooutro, mais 5 e jánãotinhasfeito?, 7 depois mastutambémtensdireitoabis? e vamos mas é já para casa antes que algum se lembre de triplicar a gracinha porque janaãotenhomaissacosprarecolherasprendas! Uma estafa: agacha, apanha, ensaca, levanta, agacha, apanha, ensaca, levanta... Isto duas ou três vezes cada cão, enquanto levamos esticões nas trelas e somos constantemente puxados em direcções opostas  não há cá celulite ou flacidez que resista. Agora pensando bem no assunto acho que deixei passar uma bela oportunidade de negócio, como é que não me lembrei disto antes?!?! Poderia ter tirado o pé da lama, for god sake: "Quer definir o seu glúteo enquanto passeia em campos verdejantes de energia e se deixa envolver pelo amor incondicional de um companheiro de quatro patas? Venha à Reboleira (sim, na altura vivia na Reboleira e também vos poderia contar mil e uma formas de ficar fit "só" por viver naquela bela localidade mas vou deixar isto para outro dia para não vos massacrar :P) passar um tempo agradável com uma estarola qualquer do norte que mal tem tempo para se coçar e ainda foi arranjar este entretém!"...

Já me estou a afastar do cerne da história, quem me conhece sabe que quando começo a falar ninguém aguenta (muitas vezes nem eu própria, confesso. falo que me desunho) e parece que a escrever não é muito melhor... 

Bem, continuando: neste contexto de querer simplificar a minha lide diária com esta problemática de apanhar milhentos cocós e numa das visitas àquela loja sueca que tem tuuudo que uma pessoa possa imaginar para facilitar a nossa vidinha suburbana, encontrei, num daqueles corredores que torce para um lado e depois torce para o outro obrigando-nos a passar por uma carrada de coisas que não precisamos pra nada mas que trazemos só por pode vir a dar jeito (ou serei a única a "emprenhar pelos olhos" com estas cenas?), numa dessas voltas um expositor carregado de objectos que trariam "A" resolução para todos os meus problemas! Era uma solução tão, mas tão perfeita que até tive aquele haaaaaaa moment (sabem aquele momento em que parece que vem uma luz do céu iluminar uma determinada coisa e ouvimos um haaaaa celestial?! Pronto, foi o que eu tive assim que os meus olhos bateram naquele amontoado de pázinhas para o cocó), mal podia esperar para mostrar ao Paulo (na altura só namorado - nem sei como depois desta proeza, ainda teve coragem para se casar comigo. Há que lhe dar mérito por isso :P) a minha tão brilhante e inovadora descoberta! 

Desta forma e assim que cheguei a casa exultante por ter descoberto a pólvora, saquei do artigo (que até se vendia aos pares - por isso é que aquela loja sueca é um sucesso - como é um artigo que se pode sujar ou danificar com facilidade, vendem logo aos pares para simplificar a vida dos consumidores) e contei a minha proeza ao Paulo toda orgulhosa de mim mas a reação que obtive não foi, nem de perto nem de longe, a esperada. Em vez de se desfazer em mil obrigadospornãoterdeagarraremmaiscagalhõesdochão e de me beijar os pés, começou a rir primeiro timidamente mas depois de confirmar as minhas intenções para com os artigos que exibia tão orgulhosamente não se conseguiu controlar e partiu para a violência - agarrou-se à barriga e caiu redondinho no chão a rir às gargalhadas. A dada altura estava histérico de tanto rir, já chorava e não conseguia parar. Estava até quase roxo por não conseguir respirar. Estive para intervir mas como estava visivelmente a gozar com a minha cara achei que talvez essa morte até fosse muito branda... Quanto mais eu perguntava porque se estava a rir das minhas pázinhas para o cocó (desconhecia o nome técnico da coisa e como na loja sueca os artigos têm sempre nomes muito estrambólicos, decidi batizar carinhosamente os artigos que prometiam revolucionar os passeios cá de casa de "pázinhas para o cocó"), mais ele ria, chorava e rebolava, ria, chorava, rebolava com os cães doidos à sua volta. Todos três, histéricos a gozar com moi méme e a  minha pessoa quase a explodir de irritação por aquela afronta bem no meio do hall da entrada: "Então anda uma gaja a puxar pelos dois neurónios para encontrar uma solução para luta diária de merda (desculpem mas esta vou deixar passar porque é mesmo disto que se trata), e ainda gozam comigo?!"

Depois de uma boa meia hora de regabofe o Paulo lá conseguiu reunir as últimas forcinhas que lhe restavam de tanto se descascar a rir e tão ofegante como um fumador que acaba de correr a maratona, lá teve a decência de me explicar o seu comportamento atroz: é que segundo ele aquilo servia para tudo menos para aquele fim que eu previa. Ainda dei uma de sabichona magoada e tentei refutar a sua teoria mas assim que fui ao computador e digitei a palavra que ele não parava de repetir fiquei a sentir-me a pessoa mais BURRA à face da terra.

A minha primeira reacção foi nãããããaãã, no way. Como é que eu não percebi isto antes?!?! Que andavam a fazer os meus dois neurónios bem na hora em que encontrei os objectos que até hoje me fazem duvidar da minha sanidade mental e da minha inteligência?!?  Eu juro que estava muito convicta da minha descoberta até googlar a cena, tão convicta que estava disposta a apostar um rim e tudo. Só vendo mesmo: uma parola convencida que tinha descoberto a penincilina e acaba destronada pelo mister google e sua mania em esfregar na cara das pessoas que estão redondamente enganadas (normalmente uso para mostrar ao Paulo que palavras como estroncar ou aloquete existem - mesmo depois de 10 anos ainda o vou surpreendendo com palavras e expressões "novas" - mas nesse caso o meu amigo google virou-se contra mim, traidor...). Então não é que o Paulo tinha razão em se escangalhar a rir? Então não é que me juntei a ele e ficamos mais meia hora a rir à bandeiras despregadas?! Ainda hoje estou para perceber que corrente de ar passou pela minha cabecinha para me ter lembrado daquilo...

Nos dias de hoje, no nosso grupo de amigos, com os quais o Paulo (sacana, não podia ter guardado para ele este assunto) teve a generosidade  de partilhar este meu momento de pequena (GRANDE) fraqueza intelectual que humilha até a pessoa de QI mais elevado (o que claramente não é o meu caso), sempre que se fala em acéfalos há inevitavelmente referência às minhas pázinhas para o cocó - está no TOP da acefalia...

Vou-me arrepender taaaaanto de partilhar isto... Tanto, tanto... Mas parece que vos tenho deixado tristinhos com as últimas publicações e vocês merecem chorar  sim, mas a rir! Por isso se estão curiosos sobre de que par de objectos  estamos falar que foram por mim cafundidos por pázinhas para cocó , que será invocado sempre que eu ousar gozar com alguém (é tão rebuscado que duvido que alguém tenha adivinhado) e se querem ter um trunfo na manga que me calará assim só nas próximas 4000 encarnações (devo ser masoquista mesmo por vos dar sarna para me coçar) eu dou uma ajudinha (ouvem-se os rufos do tambor trrrrrrrrrrrrrr). Xaran:

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