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As birras da mãe

Venturas e desventuras de uma tripeira que rumou a sul. As histórias da filha, da mulher e da mãe.

4 meses de Mateus - 4 meses do segundo filho

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Faz hoje 4 meses que te recebemos nos braços pela primeira vez.

Depois de uma ronha de 41 semanas decidiste que estava mais que na hora de te abraçarmos, por isso quase nem tivemos tempo, depois de entregar a mana aos avós, de chegar ao hospital.

Foi tudo tão rápido, brutal e avassalador que não houve lugar para a epidural, para campos esterilizados, monitorização, ctgs, soros, nada... Não houve tempo para nada.

Foi como se tivesses nascido em casa, mas em cima de uma cama de hospital.

Assim que as minhas narinas te inalaram, toda a dor, todo o medo e todo sofrimento (que isto do parto a "seco" é muito bonito mas dói que se farta!) passaram. 

Desde o primeiro minuto que és um bebé mais calmo, mais tranquilo  e mais independente do que a mana. Ou então é a mãe que já está mais "crescida", mais segura de si e do seu instinto.

Num primeiro filho vamos "às escuras", não imaginamos as provações que nos esperam (privação de sono, amamentação, babyblues,etc). "Emprenhamos pelos ouvidos" e todos os "bitaites alheios" parecem pôr em causa tudo aquilo em que acreditamos e tudo aquilo que o bebé nos "diz".

Num segundo filho a coisa já não é assim. Aprendemos a confiar em nós, no nosso corpo e sobretudo já sabemos "ouvir" os nossos filhos.

Está claro que o grau de dificuldade aumentou porque já não somos só nós e o bebé, há um irmão mais velho que não podemos descurar. Que precisa muito dos pais porque também tem de aprender a dividir atenções, colo e mimo.

Mas até nisso somos uns sortudos porque a mana é simplesmente um doce e depois de uns dias a estranhar a tua presença (afinal só tem 2 anos e não percebia o que queria dizer isto de ter um irmão) passou a adorar-te e a querer participar nas tuas rotinas para que passasses a gostar tanto dela como ela gosta de ti.

Nestes quatro meses, sinto que o tempo voou, mas, desta vez, eu soube voar com ele.

Soube apreciar e saborear cada minuto, cada conquista, cada noite mal dormida como momento irrepetível. Pode parecer muito lamechas mas passa tudo tão rápido que temos de aproveitar até à última gota. De cada vez que te alimentas, de cada vez que tens sono mas só consegues adormecer no meu colo, de cada vez que te ris, de cada vez que te viras para ver as traquinices da mana, de cada vez que respiras, a mãe absorve tudo porque sabe que vais crescer num instante e depois vão ficar as saudades de te ter assim tão rechonchudo, coladinho a mim.

A magia da maternidade é esta, num momento estamos esgotadas, para logo a seguir, estarmos assoberbadas pelo amor que nutrimos pelos nossos filhos.

4 meses de ti meu filho! 4 meses de nós, os 4!

 

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