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As birras da mãe

Venturas e desventuras de uma tripeira que rumou a sul. As histórias da filha, da mulher e da mãe.

Recuperação pós parto

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Para mim foi muuuuito bom estar grávida (tirando a parte deles quererem saltar cá para fora antes do tempo) e escusado será dizer que A M O os meus filhos, mas o "rasto" que por cá deixaram estava a dar cabo de mim e da minha auto-estima.

Ok, ok, todos sabemos que isto faz parte, que é normalíssimo, mas bolas, podemos tomar as rédeas disto ou não?!

Como sei que há muitas as mães (e não só) que se reveem nisto, resolvi partilhar aqui a minha experiência.

Ora, comecemos pelo início: nos últimos 3 anos passei por duas gravidezes tendo engordado cerca de 18 quilos em cada uma. Eu sei que pode não parecer muito (para o meu ginecologista foi imeeeenso), mas tendo em conta a minha altura, o facto de ter engordado cerca de 8 quilos quando deixei de fumar há quase 6 anos atrás (uhh-uhhhh) e terem sido pouco espaçadas (mal estava a recuperar de uma já me estava a meter noutra), digamos que o meu peso estava bem acima do meu habitual e sempre que me via ao espelho tinha alguma dificuldade em me reconhecer.

Por outro lado, como estou a amamentar o Mateus e pretendo fazê-lo, em exclusivo, até aos 6 meses (tal como fiz com a Madalena) sabia que não podia fazer nenhuma dieta daquelas malucas nem tomar nada por isso, depois de muito pesquisar sobre o assunto adotei, não uma dieta mas sim um estilo de vida saudável!

Talvez muitos de vós já tenham ouvido falar sobre a filosofia alimentar paleolítica mas para quem nunca contactou com o tema assim resumidamente é a forma mais natural possível de nos alimentarmos. Trocando por miúdos: come-se o que a natureza nos dá e abolimos todos os alimentos processados (nada de massas,açucares refinados, cereais, laticínios, etc). Pensem nos nossos antepassados que só comiam quando caçavam ou pescavam e colhiam o que a terra dava (na altura não havia agricultura). Não havia cá comer de três em três horas nem produtos light ou integrais. 

Complicado? Difícil? Talvez no início mas, como tudo na vida, é uma questão de mindset e disciplina.

Primeiro estranha-se e depois entranha-se. E quando se começa a ver a balança a descer e sobretudo o volume a desaparecer (sim mais que o peso é o volume que diminui), acreditem que vale a pena. Acabaram-se os inchados e o mau estar abdominal (yeahhhh).

No início é normal haver uma ressaca do açúcar, (para verem como é potente o efeito que essa "droga" tem sobre o nosso organismo) mas depois de alguns dias o organismo habitua-se e deixa de nos pedir. Aliás bochechar com o elixir passa a ser enjoativo, juro.

Come-se de tudo um pouco (carne, peixe, ovos, fruta, legumes) desde que não seja processado e se for biológico melhor. Vão-me dizer que é muito caro, pois é! Mas pensem que vão deixar de comprar muitas coisas que também são caras, por isso equilibram o orçamento.

Desta forma acabamos por fazer uma alimentação saudável compatível com a nossa genética (pensem em quantos intolerantes ao glúten e à lactose existem nos nossos dias. Acham que é coincidência?). O facto desta alimentação ser pobre em hidratos de carbono e os que se ingerem serem "do bem", acabamos por emagrecer sem passar fome. Acreditem, não há fome!

Bem mas no fundo, não quero dar-vos aqui nenhuma aula sobre este estilo de vida, queria apenas dizer-vos o quanto estou feliz com os resultados obtidos em apenas 3 meses e o quanto me sinto cheia de energia (vital para quem tem dois filhos tão pequenos).

Existem vários grupos relacionados com este assunto, nos quais aprendi tudo o que sei, mas se acharem pertinente poderei ir fazendo mais publicações acerca do tema - para isso comentem a deixar as vossas dúvidas que tentarei abordá-las noutras publicações. Podem também ir contando com umas receitinhas aqui da "je". Algumas adaptadas de receitas que encontro (de modo a substituir um ou outro ingrediente que não respeita os fundamentos que sigo) e outras da minha própria autoria.

Para já recomendaria que passassem a estar atentos aos rótulos, que sejam exigentes com aquilo que consomem - afinal  somos aquilo que comemos - e que bebam água, muita água (bebo cerca de 3 litros/dia).

Ah e nada temam que o moço tem engordado mais de um quilo por mês :)

 

 

As mães da bonecada

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Se têm criancinhas em casa ou na família mais próxima, sabem bem que são o Ruca, a doutora brinquedos, o Daniel tigre, o Miles, etc.

E as mãezinhas desta malta toda, sabem quem são?

Estão a ver aquelas mães que não ralham, que nunca levantam a voz, que nunca estão cansadas nem com os nervos num frangalho, nunca perdem a cabeça nem ameaçam com castigos, têm sempre a casa arrumada e a comida saudável prontinha?

Hummm... Estão com dificuldade em visualizar estas mãezinhas, não é? TAMBÉM EU!

É  que já nem as consigo ver bem!! Não há pachorra para tanta sabedoria, paciência, receitinhas saudáveis e casas num brinco... IRRA!! Que enjoo!

E como se não bastasse, parece que estão sempre a esfregar na minha cara "Estás a ver como é possível manter a casa arrumada, ter sempre a comidinha saudável e resolver as birras dos miúdos sem que um único fiozinho de cabelo saia do sítio? Estás? Aprende! Bota bem os olhos nisto!"

Ahhhh ca nervos!!

Que saudades que eu tenho dos heróis da minha infância, o Tom Sawyer, a Heidi, o Marco...

Órfãos, enjeitados, criados por familiares ou orfanatos dúbios, levavam com gritaria a toda a hora e castigos bera, procuravam a mãe que os tinha deixado todos esfarrapados e descalços e que ainda por cima comiam bolachas de pacote sem que chamassem a proteção de menores.

Belos tempos esses! Em que dávamos graças pelos berros da nossa mãe depois de cortarmos a franja (qual escadaria do Bom Jesus), por nos obrigar a varrer o chão da casa de banho e  nos fazer andar sem fitas ou ganchos a esconder a desgraceira sujeitos a bullying mas tínhamos de "aprender a lição"! É que se fosse a mãe da Ana dos cabelos ruivos ou a do Marco davam logo à soleta e íamos parar ao orfanato mais próximo! Estão a ver a sorte que nós tinhamos?

Já os nossos filhos não têm sorte nenhuma... Em vez de levarem com a mãezinha que sabe consertar todos os brinquedos, que os leva todos os dias à escola, onde só estão o tempo suficiente para as atividades letivas, e  ainda os recebe numa casa imaculadamente limpa e arrumada, com uns muffins acabadinhos de fazer de aveia, mirtilos e sem adição de açúcar, calhou-lhes a mãe que berra, que os arrasta de madrugada para a escola, só os vai buscar, na melhor das hipóteses, ao fim de 10 horas e ainda lhes espeta com um prato à frente de douradinhos e massa. Já viram que falta de sorte?

Cada vez tenho menos tempo para os nossos filhos e, para além de não nos podermos queixar disso porque não parece bem à sociedade, ainda temos de levar com as mães do Ruca desta vida?

Vou ali só ali introduzir os miúdos na bonecada à antiga. Pode ser que aprendam qualquer coisinha :P!

 

 

 

 

 

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